Semana passada fui convidada para um menu degustação do chef Felipe Schaedler, que é embaixador da gastronomia amazonense e uma das apostas do chef Alex Atala para representar a nova geração de chefs brasileiros. Me surpreendeu tanto que quis compartilhar mais com vocês um pouco mais dessa culinária e da execução perfeita dos pratos desse chef. Infelizmente ele não está mais em cartaz por lá, foram só poucos dias, mas fica a dica para conhecê-lo por lá, em Banzeiro – AM (e não perder numa próxima…)
Para começar: chibé com abacaxi do Amazonas, formiga e pimenta baniwa. Sobre esse abacaxi: o Luis do Masterchef trouxe para cá no último encontro que tivemos e que cozinhamos juntos. Vocês não imaginam como é doce… Não dá para comparar com os que temos por aqui. Eu não sabia o que é chibé e depois de diversas explicações, a definição mais resumida seria: farinha d’água e água, onde eles misturam outros ingredientes. Farinha d’àgua tem esse nome pois a mandioca fica de molho na água antes de virar farinha e fermenta. É um processo parecido com a farinha de puba do nordeste. A farinha d’água fica com o formato de bolinha pois passa por um boleador e seca girando. O prato estava divino, primeira vez que comi formiga (digo, sendo um dos ingredientes do prato hahaha)…
Em seguida, Mini arroz, leite de castanha e aviú. No meio da arroz tinham castanhas frescas que davam um contraste de texturas sensacional. Para quem não conhece aviú são esses micro camarões por cima do arroz…
Depois veio um pirarucu, com leite de coco e puxuri. Perfeição, ponto exato, sabor preservado e equilibrado na medida certa.
Pausa para comentar sobre o vinho que acompanhava o prato. Era muito, muito, mas muito aromático. Muitas frutas! Felix, Torrontes, 2011, Argentina. Gostei tanto que tirei foto para comprar depois, descobri que a importadora é a World Wine e vejam só: no dia seguinte lá estava eu num evento no EAT (que é do grupo) e a primeira coisa que fiz foi ir comprar um. Fica a dica!
Em seguida, a melhor costela de tambaqui que já provei: com uma casquinha crocante pururucada que gera suspiros… Por cima de ariá, um tubérculo local que tem textura de frutas e combinou bem demais.
Para finalizar (com chave de diamante), pé de moleque de banana e calda de cumaru. Quem me conhece sabe que não sou muito de doces, precisa realmente surpreender para me conquistar. Simplesmente perfeito.
Aplausos, aplausos, aplausos. Um dos melhores menus degustação que provei nos últimos tempos. Parabéns, Felipe, você vai muito longe! E espero que venha mais a São Paulo 🙂