Além de ir conhecer sobre a produção de pipoca de arroz, foram diversos outros passeios que certamente eu nunca conseguiria ter feito caso não estivesse no navio (estava a bordo do Amadara da Amawaterways). O interessante é que tivemos uma profunda imersão pelo que seria a vida de uma pessoa local: desde a casa onde vivem, construídas de forma elevada sobre pilastras de madeira, devido às enchentes do rio, à escola, trabalho e hábitos culturais.
As casas, além de elevadas, também seguem uma tradição: a escada não pode se encontrar com a residência para evitar que os maus espíritos possam entrar.
Conhecer uma produção de seda pura, vendo mulheres separando o bicho da seda de seu fio e outras tecendo de uma maneira tão coordenada que pareciam dançar com o tecido que estavam fabricando.
A seda é o ganha pão de diversas famílias por lá, que produzem em suas casas e acabam vendendo o resultado em uma cooperativa aos turistas. Mais artesanal, impossível!
Outro destaque da viagem, um passeio que o navio oferecia e que nunca mais vou esquecer, foi a benção que recebi em um templo budista, pelos monges. Pelo que explicaram, inclusive crianças (meninos) podem se tornar monges, o que garante a muitos, cujas família não possuem condições, alimentação e escolaridade com boa formação. Um monge não possui um compromisso de ficar no templo por toda sua vida: alguns vão e ficam apenas um período de tempo e há também os que vão embora e depois retornam para virar monges novamente em outro período da vida.
Foram vários mercados de comida que visitei, mas o que mais me impactou foi o de Sa Deh, pequena cidade no Vietnam. A grande maioria dos bichos vivos: frangos, peixes, mariscos, sapos, cobras…
E já que o dono das cobras comentou que elas não mordiam, tomei coragem de fazer o mesmo que ele fazia e garanti uma foto. Foi a única vez na viagem, dentre todos os mercados que visitei, que me deparei com esses animais. Não, isso não é o tipo de alimento comum de se comer no dia a dia de lá. Porém a miséria ainda reina forte no país, certamente esses animais saciariam a fome de alguns.
Todas essas cidades do interior que visitei não têm praticamente nenhuma infra-estrutura para hospedar turistas. Saber que teríamos o navio para retornar depois desses passeios e de tamanha imersão antropológica era reconfortante, principalmente pela insegurança em ter que vir a provar a comida local com escassez de higiene. Tudo era bastante contraditório: o meu fascínio com milhares de novas descobertas culturais e históricas junto com a busca de um limite na minha zona de conforto. Sim, a cama no navio era deliciosa. E o ar condicionado também…
Mais informações sobre o navio, com a Velle Representações.