Esse é um tema BEM  polêmico: li no jornal O Globo que a Assembléia Legislativa aprovou o projeto lei 266/2011 que regulamenta a proibição de restaurantes oferecerem couvert sem o cliente solicitar (salvo se oferecido gratuitamente).  E nesse mesmo projeto é previsto que a crobança para cada pessoa da mesa só será permitida quando for de fato solicitado por todos.  Atualmente grande parte dos restaurantes cobra de todos independente do consumo.

O projeto ainda vai ser encaminhado para o governador Geraldo Alckmin para ser aprovado, mas vem à tona a polêmica: até que ponto o governo pode intervir no negócio de uma empresa (nesse caso de um restaurante) e até que ponto os restaurantes podem cobrar por um serviço que às vezes não é oferecido a todos de uma mesa ou que é “mascarado” em forma de gentileza?

Uma vez eu li uma entrevista do Rogério Fasano, do grupo Fasano, à revista Veja em que ele colocou um ponto interessante: explicou que ninguém no Brasil sabe de fato o que é couvert. Pelo que ele falou, couvert vem do italiano – coperto – que quer dizer “cobertura”. É cobrado para o restaurante garantir a reposição do que considera importante ao cliente, como uma boa porcelana ou taças de cristal. Até que ponto o deputado criador da lei analisa esse lado do restaurante e o seu negócio em números: será que ele também consideraria o restaurante cobrar do cliente quando uma taça de cristal é quebrada durante a refeição? Ou mesmo quando alimentos são descartados para manter o controle de qualidade por terem passado da validade? O couvert, segundo Fasano, não tem relação com o pão de queijo em si. Na Itália por exemplo, não existe não pedir couvert – o de lá às vezes nem manteiga tem (e é cobrado).

Por outro lado, até que ponto os restaurantes que cobram um valor elevado de couvert repassam isso em “bom serviço”, de fato aplicando na reposição e manutenção de material adequado ao cliente? E apesar da tradição da culinária de outros países seria correto “mascarar” esse serviço na forma de couvert ao invés de embutí-lo no preço dos pratos pedidos? Não seria mais transparente fazer dessa maneira?

Correto ou não, volto ao ponto inicial: apesar de muitas vezes não valer o que foi oferecido, cabe ao restaurante e não ao governo definir o business de um estabelecimento privado, principalmente considerando a quantidade de tributos que temos no Brasil, que faz tornar-se heróica complexa a manutenção de um estabelecimento por aqui. O restaurante que cobra o serviço de forma abusiva perde clientes, e quem gostou e não se importa certamente irá voltar. E é assim que todo negócio privado funciona: agradar aos clientes para conquistar fidelidade.

E vocês, o que acham? Vamos combinar: couvert é uma delícia!

*As fotos são de alguns que já provei por aí…