Depois de algumas idas ao Astrid y Gaston do Chile e uma tentativa frustrada de reserva no do Peru, finalmente consegui! Afinal, já tinha escutado que não havia comparação (o que de fato foi comprovado!), e acho que o principal motivo deve ser o fato de o do Chile não ter o menu degustação. Então considerando toda situação, tive que provar a tal sequência.

Nas minhas andanças depois de mais de 5 anos de blog, acabei aprendendo um pouco e criando minhas próprias regras para menu degustação (denovo: MINHAS próprias regras, antes que algum gastro-chato venha questionar algo!):

1) não como menus-degustação em qualquer restaurante – o restaurante precisa estar muito bem estruturado e ter o menu bem definido para poder atender em um bom timing (imagina atender com diversas mesas cheias, seguindo a ordem de várias etapas. Falo tanto dos garçons como da cozinha: é um desafio e tanto…). Já cheguei a passar 3 horas aguardando a sequência de 7 pratos (e não foi só uma vez!). E soma-se a isso a necessidade de acertar no tamanho das porções: não podem ser nem muito grandes (para conseguir-se chegar até o fim) e nem muito pequenas (já saí com fome de um restaurante depois de um menu de 13 passos…)

2) não procuro saber do que se trata cada prato antes de provar – quando estou em outros países, apesar de o garçom sempre descrever os pratos, com informações sobre a origem, cultura e todo bioma da região, muitas vezes a tradução não colabora. Eu só peço essas maiores informações depois de ter provado o prato para evitar julgamentos e preconceitos. Afinal, a cultura de cada lugar faz com que alimentos que para nós são estranhos acabem sendo super comuns para eles. E os restaurantes que passam pelo item 1 certamente surpreenderiam com esse tipo de ingredientes.

3) Geralmente evito os menus de 13 pratos ou mais – grande parte dos restaurantes possui menus de 7 ou 13 pratos e você precisa escolher. Apesar de as opções dos de 13 serem convidativas, já cansei de sair com fome nesse tipo de menus. E digo mais, nos de 7 eles acabam concentrando muitos pratos excelentes em porções um pouco maiores. Ou seja: não costuma ficar aquela sensação de “quero mais” para em seguida chegar um prato mais ou menos.

4) Se quero ir a um desses restaurante, reservo com antecedência. Claro que existe o quesito sorte e que muitas vezes o concierge do hotel consegue, mas evito correr riscos.

5) Sempre vou com a mente aberta. Nem sempre os restaurantes querem surpreender com sabor, grande parte das vezes é com o visual e com o contexto do alimento na cultura local (algumas vezes cultivados no próprio restaurante…).

 

Dito isso tudo, apenas para explicar todo contexto do que eu esperava nesse jantar, posso afirmar: conseguiram me surpreender muito! Só que principalmente pelo sabor, do início ao fim do menu, agregando toda parte visual, todo contexto de bioma local que falei acima, serviço excelente e claro: ambiente.

Sobre a sequência, alguns dos pratos (não consegui fotografar todos):

E de repente, uma seqüência de pratos deliciosa… Até que, depois de já ter comido os três pratos, o garçon veio com a tradução para o português: porquinho da índia. A textura e sabores eram de porco, mas na miha cabeça me imaginei comendo rato hahah. E foi o que encontrei quando pesquisei a respeito no Google Images… Posso dizer agora que gosto! Abaixo a foto de um desses pratos…

Sobremesas são capítulo à parte: já conhecia do restaurante do Chile. Astrid é simplesmente uma doceira de mão cheia…

Esse foi um dos poucos menus que já comi na vida que me deu vontade de repetir tudo, do início ao fim, (mesmo sabendo que tinha comido porquinho da índia hahaha) e seria surpreendida novamente, com tantos sabores incríveis!